«BLW (Baby-Led Weaning)» Com Teresa D’Abreu

«BLW (Baby-Led Weaning)» Com Teresa D’Abreu

Mai 24, 2020

Quando encontrei a Teresa D’Abreu na sua página de instagram @healthybitespt e comecei a explorar o seu blog, apercebi-me de uma história de amor pela cozinha e pela alimentação saudável… E eis que vi um amor especial: O Baby-Led Weaning!

Não queria dramas à mesa!

O suficiente para se ter inteirado, estudado e lido muito sobre BLW. Adepta desta forma de apresentação dos alimentos à sua filha Judite, tem vindo a ajudar muitas famílias do país, com dicas e informação útil relacionada com este tema.

Fiz o convite à Teresa para se juntar a mim numa conversa especial sobre BLW e recebi de imedato um “SIM” que me encheu de expectativa. E digo-vos: superou em muito o que já imaginava que seria 🙂

NÃO TIVESTE OPORTUNIDADE DE VER O DIRETO NO DIA 23/05? Podes assistir clicando neste link (1ª parte) e neste link (2ª parte)

Conceito de BLW (Baby-Led Weaning)

Metodologia diferente de apresentação de alimentos ao bebé: quem procura o alimento e o leva à boca é o bebé e não o cuidador. Difere da introdução alimentar tradicional nesse e nos seguintes aspetos:

  • O bebé pode comer no horário dos pais/família e à mesa;
  • O conceito de BLW diz que o bebé come a mesma refeição dos pais/família, sem exceções;
  • O bebé demora mais tempo a comer, estando entretido e aproveitando o momento da refeição;
  • O bebé explora os alimentos, texturas e sabores com as mãos;
  • No início é natural que coma menos bem (em quantidade) e haja mais sujidade (uma desvantagem para muitos pais);
  • É ESSENCIAL QUE O BEBÉ NÃO SEJA FORÇADO A COMER (neste e no método tradicional de introdução alimentar);
  • “É preciso gerir bem a oferta nutricional ao bebé, de forma a não causar carência nutricional” (DGS, 2019).

TER EM ATENÇÃO CASOS ESPECIAIS REFERENTES AO PERCENTIL DE PESO E ASPETOS PARTICULARES DA SAÚDE DO BEBÉ. UMA VEZ MAIS, CONSULTAR O PROFISSIONAL DE SAÚDE DO BEBÉ.

Idade adequada para iniciar BLW

Nunca antes dos 6 meses, conforme indicação da DGS. Contudo, crianças de 5 meses e meio podem estar preparadas para tal, mas outras de 7 meses, podem não estar em condições para este fim. Cada criança tem o seu tempo, como para tudo. É, portanto imprescindível conhecermos o nosso bebé.

Falar sempre com o profissional de saúde de referência, mostrar interesse neste método e avaliar, com o mesmo, a possibilidade de execução.

Aspetos a ter em conta antes de iniciar BLW

O bebé tem de cumprir os seguintes critérios:

  • Sentar com postura reta;
  • Mobilizar perfeitamente os braços e as mãos;
  • Coordenar mão-boca-olho;
  • Não fazer movimento de extrusão da lingua;

Que outros aspetos a ter em conta?

O BEBÉ NÃO PRECISA DE TER DENTES, com a gengiva consegue moer o alimento;

– O gag reflex (ânsia de vómito) é algo habitual em bebés, que demonstra que o alimento foi mal deglutido, ajudando o bebé a expeli-lo;

Tossir é natural e desejável, uma vez mais, quando o alimento foi mal deglutido e o bebé precisa de o expelir;

– é fulcral o cuidador NÃO PANICAR, o que pode causar medo no bebé.

Preparação e confeção dos alimentos

  • Os alimentos podem ser cozidos, grelhados ou assados no forno atingindo uma consistência adequada (o adulto deve conseguir esmagar o alimento utilizando a língua contra o céu da boca);
  • É sempre preferível o alimento mais cozinhado, do que menos cozinhado;
  • Os alimentos devem ser cortados e confecionados da forma correta: inicialmente em palitos e com a aquicição do movimento de pinça, já podem ser oferecidos ao bebé em pedaços menores;
  • A carne, a Teresa aconselha sempre de início a apresentação de croquetes, almôndegas ou hamburgueres ao bebé. Posteriormente, o corte da carne de perú ou frango em tiras também favorece a alimentação da criança;
  • O peixe, a Teresa sugere inicialmente os lombos de pescada congelados à venda em qualquer superfície comercial, livres de espinhas (geralmente) e mais fáceis de cortar em pedaços que o bebé consegue pegar e levar à boca.

O conceito de BLW não prevê restrição alimentar, nem introdução progressiva dos alimentos como no método tradicional. O bebé alimenta-se da refeição dos pais/família, atendendo sempre aos alimentos proibidos até, pelo menos, aos 12 meses:

  • Sal;
  • Açúcar;
  • Mel;
  • Chá (excetuando-se chá apropriado para bebés).

Em caso do bebé desenvolver alguma alergia (que habitualmente se manifesta sob a forma de urticáriabrevemente explico-vos a urticária em artigo no blog), é aí que se analisam os alimentos daquela refeição e se faz uma oferta progressiva de cada alimento, verificando o responsável pela alergia.

Riscos e cuidados inerentes

  • Maior medo dos pais / cuidadores: Engasgamento;
  • Probabilidade mínima de engasgamento se introduzido adequadamente e respeitando os cuidados anteriores;
  • REQUER VIGILÂNCIA CONTÍNUA DO CUIDADOR, NÃO DEIXANDO NUNCA O BEBÉ A COMER SOZINHO.

Informação sobre o conceito baseada nas guidelines da Espghan (Sociedade Europeia de Gastroenterologia Pediátrica)

E vocês, qual o método que selecionaram para a introdução alimentar dos vossos filhos? Como têm sido as vossas experiências?

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