Falemos de sexualidade na gravidez e no pós-parto

Falemos de sexualidade na gravidez e no pós-parto

Out 30, 2020

Apesar de ser cada vez menos tabú na nossa sociedade, ainda são muitas as pessoas que ficam constrangidas ao falar de sexualidade. Por esse motivo, fez-me todo o sentido pedir apoio à Enfermeira especialista Sara Costa no desenvolvimento deste tema, num live no instagram @SOSMAMAPT, realizado no passado mês de Junho, onde abordámos abertamente este tema, procurando responder às questões lançadas por tantos de vós.

(para assistirem ao live do dia 21 de Junho podem clicar neste link)

A Organização Mundial de Saúde refere-se à sexualidade como o carinho, o toque, o afeto, o amor e a intimidade. Influencia todo o nosso ser, física e psicologicamente.

Vem a gravidez

E, com ela, várias consequências que muitas de nós até esperamos mas não estamos, de todo, preparadas: ora damos conosco a rir desalmadamente, ora a chorar compulsivamente. Além disso, uma das principais queixas do casal grávido prende-se com a frequência reduzida da atividade sexual ou com a diminuição da líbido da mulher. Há mesmo casais que, depois do teste positivo, deixam de conseguir envolver-se sexualmente e, por trás disso, estão vários fatores associados, nomeadamente: o medo de magoar o bebé (mais relacionado com o homem), o medo de abortar (sobretudo na mulher), a dor e/ou desconforto no ato sexual e as dificuldades nas posições sexuais (associado ao 3º trimestre da gravidez).

Isto pode parecer simples, mas em muitas mulheres grávidas é o suficiente para levar a problemas psicológicos relacionados com a auto-imagem: a gravidez pode ser encarada por muitas como um estado de graça e de beleza corporal, mas para outras é sinónimo de alterações corporais que as fazem sentirem-se menos bonitas e atraentes. É aqui que muitas mulheres colocam em causa a própria relação conjugal.

O bebé nasce

Depois de ultrapassado o tempo preconizado e a consulta de pós-parto com o médico responsável, é “dada luz verde” ao casal para iniciar atividade sexual, quando ambos se sentirem preparados para tal. Neste momento, para muitos casais surgem entraves à atividade sexual: a dor inerente à maior sensibilidade do tecido vaginal no pós-parto de um parto via vaginal ou ao desconforto abdominal decorrente de uma cesariana; o cansaço e a pouca disponibilidade devido à exigência de todos os cuidados necessários ao bebé.

Seja na gravidez ou no pós-parto, várias são as questões que surgem e, por esse motivo, quer o live, quer este artigo pretendem elucidar quem está desse lado 🙂

Alguma questão adicional não hesitem! Contactem-me pelas redes sociais ou pelo e-mail mailsosmama@gmail.com

 

1. Gravidez: pouco desejo sexual na mulher e diminuição acentuada da lubrificação.

Este é um dos principais problemas apontados pelo casal grávido, sobretudo pela mulher, aquela que, estando grávida e provida de um conjunto de hormonas vê, muitas vezes, o seu desejo sexual diminuido ou praticamente nulo, assim como uma diminuição acentuada na lubrificação vaginal.

Que sugestões?

Primeiramente, a importância do diálogo entre o casal. É fulcral, homem e mulher conhecerem os gostos pessoais um do outro e procurarem inovar no campo sexual: Uns momentos românticos, jogos e brinquedos sexuais, uns bons preliminares e o sexo oral são alternativas que podem ser colocadas em cima da mesa.

 

2. Gravidez: Incapacidade do casal para ter relações sexuais

Perceber o que motiva esse problema:

É psicológico? “tenho medo de magoar o bebé”, “tenho medo de abortar”.

É físico? Diminuição da lubrificação, desconforto.

Que sugestões?

  • DESMISTIFICAR MEDOS
    • O pénis não vai tocar no bebé. O bebé está devidamente protegido no útero materno e o pénis não alcança nunca o local onde se encontra o bebé;
    • Se não há contraindicação para a relação sexual, não há razão para ter medo de aborto, mas é importante que este assunto e os medos sejam expostos ao profissional de saúde que segue o bebé.
  • ULTRAPASSAR AS DIFICULDADES NA LUBRIFICAÇÃO: utilizar um lubrificante e optar por bons preliminares.
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3. Gravidez: contraindicação para penetração vaginal

A masturbação, o sexo oral e o sexo anal são três opções possíveis em caso de contraindicação na penetração vaginal. Mas atender a uma das principais consequências da gravidez na mulher: o surgimento de hemorróidas, que impossibilitam o sexo anal.

No que concerne à masturbação feminina com recurso a possíveis brinquedos sexuais, desde que não seja contraindicado pelo médico que segue a grávida, podem ser utilizados vários.

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Salientar que é fulcral manter higiene cuidada do brinquedo sexual, das mãos e da vagina, de forma a evitar possíveis infeções na grávida que está mais suscetível às mesmas. Nesta fase, a grávida deve ter particular atenção à sua higiene íntima, utilizando produto à base de pH neutro.

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No homem, se impossibilitada a penetração vaginal e, eventualmente a penetração anal, pode ser alternativa a masturbação com recurso a brinquedos sexuais e, neste campo, é para ser um objeto adequado ao gosto pessoal de cada homem.

5. Pós-parto: Desconforto sexual depois do parto vaginal – quando melhora?

Depende de mulher para mulher: teve episiorrafia ou laceração? Em caso positivo, os tecidos tornam-se mais finos o que causa desconforto vaginal. Mas à medida que o tempo passa vai melhorando. O segredo, como diz a enfermeira Sara, é não desistir e persistir com muito diálogo, calma e compreensão no casal.

 

4. Pós-parto: 6 meses após o parto e ausência de desejo e prazer sexual, mesmo com recurso a lubrificante

O psicológico e o cansaço podem estar a interferir. Toda a ansiedade de cuidar do bebé.

  • Ponderar deixar o bebé com alguém aos poucos de forma a permitir ao casal ter momentos a dois;
  • Partilhar as tarefas domésticas entre o casal, de forma a aproveitaram os momentos em que o bebé dorme para namorar.

Neste tema em particular, é importante haver muito diálogo, muita compreensão, partilha e entreajuda no casal. Não terem medo de conversar sobre os seus medos e desejos que, afinal de contas, são comuns a tantos outros casais!

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